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Foto: Giro Ipiaú |
O valor abrange uma ampla gama de atendimentos: desde os primeiros socorros e emergências hospitalares até longos processos de reabilitação, incluindo fornecimento de órteses e próteses.
Para se ter uma ideia da dimensão do montante, com os R$ 449 milhões seria possível adquirir cerca de 1.320 ambulâncias do SAMU, o equivalente a aproximadamente 50 unidades por estado. A comparação escancara o impacto financeiro desses acidentes: o total é quase quatro vezes maior que o orçamento previsto no Novo PAC Saúde, que destina recursos para a compra de 350 ambulâncias, com previsão de atender 5,8 milhões de brasileiros.
Segundo o Ipea, caso os R$ 449 milhões fossem investidos em ambulâncias, a cobertura do serviço de urgência poderia beneficiar até 22 milhões de pessoas — um número expressivo frente ao planejado pelo PAC.
Além do custo crescente — que desde 1998 subiu quase 50% em termos reais —, o SUS ainda enfrenta uma perda importante de financiamento. Desde 2021, o sistema deixou de receber os repasses do seguro obrigatório DPVAT, que antes destinava 45% de sua arrecadação para cobrir despesas médico-hospitalares com vítimas de sinistros. Esses repasses ultrapassavam R$ 580 milhões por ano até a extinção do seguro.